Texto elaborado por Francisco Cavalcante: francisco@fcavalcante.com.br
O que significa contingenciar o crescimento da empresa
Contingenciar o crescimento de uma empresa significa controlar ou limitar intencionalmente o seu crescimento.
Esse controle pode ser necessário por diversas razões estratégicas e operacionais.
Abaixo, são apresentados e justificados 9 motivos que podem levar o empresário a contingenciar, controlar, limitar o crescimento da sua empresa:
- Recursos financeiros limitados: Sem capital suficiente, o crescimento acelerado pode ser insustentável, levando a empresa à insolvência.
- Capacidade operacional restrita: Crescimento rápido pode sobrecarregar a capacidade de produção e distribuição.
- Qualidade do produto ou serviço: Expandir rapidamente pode comprometer a qualidade, resultando em perda de reputação.
- Controle e governança: Empresas que crescem muito rápido podem perder o controle sobre suas operações e governança.
- Condições de mercado: Expansão em mercados voláteis pode ser arriscada. Contingenciar o crescimento permite adaptação às condições econômicas.
- Competição e saturação de mercado: Crescimento descontrolado pode resultar em mercados saturados, aumentando a concorrência e reduzindo margens de lucro.
- Gestão de talentos: A expansão rápida pode dificultar a atração e retenção de talentos, prejudicando a performance.
- Tecnologia e inovação: Crescimento acelerado pode exigir atualizações tecnológicas e inovação contínua, que podem ser difíceis de gerenciar.
- Integração cultural: Fusões e aquisições realizadas para acelerar o crescimento podem criar desafios culturais, afetando a coesão e a eficácia organizacional.
O principal motivo para contingenciar o crescimento: Recursos financeiros limitados
A maioria das empresas limita novos investimentos para acelerar o crescimento à sua capacidade de gerar caixa e à contratação de um endividamento equilibrado.
No entanto, muitas empresas de sucesso têm projetos que essas duas fontes de recursos não conseguem sustentar.
Nesses casos, é necessário buscar capital de risco, formando parcerias com investidores estratégicos ou fundos de investimento.
Empresas maiores têm a opção de realizar um IPO (Oferta Pública Inicial de Ações).
Ainda assim, muitas empresas resistem a trazer “sócios de fora”.
A consequência dessa resistência é que o crescimento da empresa fica contingenciado, aumentando riscos futuros tais como: atraso tecnológico, perda de mercado, retenção de talentos etc.
É importante para os empresários refletirem sobre as vantagens e desvantagens de trazer novos sócios considerando que, embora possa diluir o controle e repartir resultados, também pode proporcionar recursos essenciais para um crescimento sustentável mantendo a empresa competitiva.
Em resumo, empresas competitivas identificam e desenvolvem projetos de crescimento atrativos e saem em busca de capital para financiá-los, seja através de geração própria de caixa, bons financiamentos e até novos investidores que aportem capital de risco.
Por outro lado, empresas mais cautelosas avaliam a capacidade de geração de caixa própria, talvez um pouco de endividamento e, consequentemente, restringem seus investimentos a essas disponibilidades.
Essa abordagem pode resultar na perda de oportunidades valiosas, mesmo que envolvam projetos viáveis e potencialmente lucrativos.
Riscos de longo prazo ao contingenciar o crescimento
Contingenciar o crescimento de uma empresa pode levar a riscos de longo prazo, como:
- Perda de oportunidades de mercado: Competidores podem ocupar nichos de mercado não explorados, limitando o potencial de expansão.
- Estagnação e inovação: A empresa pode se tornar complacente, reduzindo a inovação e a competitividade.
- Moral dos funcionários: Limitar o crescimento pode desmotivar funcionários ambiciosos e talentosos.
- Imagem de mercado: Pode ser percebida como uma empresa sem ambição ou capacidade de expansão.
- Diversificação: Limitar o crescimento pode reduzir a capacidade da empresa de diversificar seu portfólio de produtos ou serviços que reduziriam seu risco operacional.
- Condição financeira modesta: pouco lucro, baixo pagamento de dividendos, capacidade e investimento limitada e valorização decrescente da empresa.
- Vender a empresa a um preço baixo: um histórico de resultados lateral ou decadente, somado a um futuro com baixas expectativas, pode levar o empresário de vender sua empresa a um preço baixo.
Em resumo, a empresa abdica do papel de protagonista, tornando-se vulnerável aos riscos de uma empresa coadjuvante ou até inexpressiva no seu segmento de atuação.
Recomendações a empresários e gestores
No cenário de negócios atual, caracterizado por rápidas mudanças tecnológicas e econômicas, elevada competitividade etc., é crucial encontrar um equilíbrio entre crescimento sustentável e controle estratégico.
A empresas devem:
- Investir em planejamento estratégico: Desenvolver planos que permitam crescimento controlado e sustentável.
- Focar em inovação: Continuar a investir em inovação para manter a competitividade.
- Aprimorar a governança: Fortalecer a governança para gerir o crescimento de forma eficaz.
- Cultivar talentos: Investir no desenvolvimento e retenção de talentos para suportar o crescimento.
- Explorar estratégias de capitalização alternativas: buscar um sócio estratégico ou fundo de investimento. Se for uma empresa de porte, avaliar um IPO.
- Avaliar a possibilidade de venda da empresa: Em alguns casos, monetizar a empresa em ascensão pode ser mais vantajoso do que esperar um declínio a longo prazo. Significa “sair por cima”.
Contingenciar o crescimento pode ser uma estratégia necessária em certos momentos, mas deve ser gerida cuidadosamente para evitar impactos negativos a longo prazo.
As empresas devem equilibrar o controle do crescimento com a ambição de inovar e expandir, adaptando-se às condições do mercado.
Contingenciar o crescimento em períodos curtos e críticos pode ser sensato, mas fazê-lo de forma constante não é recomendado.
Para falar com a Cavalcante envie e-mail para Francisco Cavalcante: francisco@fcavalcante.com.br
Deixe um comentário